TROPICASHER E “OS DEZ MANDAMENTOS PARA NÃO SOFRER POR AMOR”. Lab de Ideias 1000 comenta.


Sem dúvidas, talento é a palavra que respalda o sucesso de Lucía Etxebarria e de Paulinho Rosenbaum.

Considerando o também sucesso do post no Tropicasher – adaptado do trabalho da escritora espanhola que fala dos “Dez Mandamentos de uma Relação Mais ou Menos Feliz”, segue o presente-de-aniversário-atrasado* .

 Lá vai:

 “Já não Sofro por Amor” é escrito, sobretudo, para mulheres. Pergunto: Porque, mais uma vez, os meninos – o lado de lá, fica do lado de lá?

Quem já teve o prazer de conhecer ou ver, ou ser um homem apaixonado? Então sabe o que é amor, romance… Ele existe.

Sim!

Mas claro que como tudo que é escasso e difícil de identificar, escrever qualquer coisa sobre amor – seja qual for o tipo de relação, precisa ser para homens e mulheres. Nem machismo nem achismo.

Entendo que amor gera sofrimento até. Mas não só.  Ninguém pode estar à vontade em conjugar amar-sofrer.

Assim, não sofrer por amor existe?

Amor que faz  sofrer tem outro nome?

O “amor perfeito” vive até em canteiros… Porque não no coração de todos?

É que mesmo as flores são diferentes entre si. Serão “imperfeitas” inclusive, dependendo do olhar. No caso do amor perfeito, o que torna a espécie comum entre si – além do nome, é o centro da flor. Amarelinho…

Numa analogia ao cerne, à essência do sentimento: Isso é o que importa para que um amor perfeito floresça, sem deixar de respeitar a variedade de cores e formas a que estará sujeito.

 Voltando à Lucía: A escritora espanhola resumiu em dez, os mandamentos da “Felicidade Mais ou Menos”.

À eles então:

01 – “Amar alguém que te corresponda” É  básico. Receita de sofrimento é  levar adiante o affair em que ambos amam a mesma pessoa. Você diz “Eu Amo Você” e recebe o “Eu Também – Me Amo”. Isso não é amar. É sofrer.

02 – “Procurar alguém com quem tenha coisas em comum”. Isso me lembra a curiosidade sobre os signos do zodíaco. Quem gosta do assunto, sempre  especula o “quem combina com quem”. “Ela é o peixinho que faz marola no aquário
dele…”, ou “Ele equilibra  o lado desconfiado (escorpião) dela”. 

E onde está o perigo desta harmonia?

Exemplo: Signos de fogo e de comum acordo – Áries dá a ideia, Sagitário trás o fósforo e Leão queima tudo! Se combinar é assim,  isso não é amar. É sofrer. E horóscopos à parte… Viva a diversidade!

03 – “Conheça, não imagine”.  Tenho amigos que entre namoro e noivado, colecionaram  nove anos. De casados? Seis. Meses. Tiveram a coragem de romper, sem saber o que queriam mas fizeram isso pelo que não queriam – levar adiante a relação. Tenho a honra desta amizade que não se acomodou.

Outros que  jogavam gamão na internet, do virtual ao real  no aeroporto, lágrimas e sorrisos  ficaram como as primeiras emoções do “O que será que será”…  E (muitos) anos passam e o amor É. Em múltiplos sentidos. É comovente ver o amor que transborda ali…

Resumindo a minha opinião: Conheça, sim, mas imagine e realize também.

Sempre relembro uma ótima de Sartre, repito e amigos adoram:

Um amigo preocupado perguntou: “Jean Paul (Sartre)… Você conheceu Simone (de Beauvoir) e três dias depois,  foram viver juntos… Você não acha isso loucura?

Ao que Sartre respondeu:

“É, loucura… Sim!  Eu perdi três dias”.

Acredito enfim, no risco calculado que todo amor merece viver.  Sem sofrer. Senão não é amor.

04 –  “Não se aborreça. Se o preço de não ter discussões no relacionamento é aturar tardes de domingos chatíssimas diante da TV, a coisa não vai funcionar”.Para mim, o que não funciona são os extremos.  Seja discutir a relação ou sedentarismo, tudo que é demais prejudica. Até água em excesso faz mal. E isso não é amar. É sofrer.

 05 – Estabeleça as regras antes do jogo: se você quer compromisso, não adianta embarcar em relacionamentos que são apenas casuais. Impressionar é parte de qualquer jogo de conquista. Com um leque colorido daqueles, bobo seria o pavão se não desviasse a atenção da feiúra dos seus pés.

Artifícios fazem parte do jogo de sedução de qualquer raça e feliz de nós que não precisamos dançar o acasalamento, abanar o rabo do olho ou mesmo estufar um papo vermelho.

Conquistar depende da química, da troca. E ela, junto com o tempo, é que vai desconstruir personagens e construir sentimentos. Um amor de gamão não tem nada a ver com o gamão do amor – onde o jogo acaba e o amor também. “Nosso” (porque amor se compartilha) casal amigo já provou  isso…

Jogos tem sempre um perdedor. E no amor, todos ganham. Jogar no amor não é amar. É sofrer.

 06 – Se fez com ele/a, pode fazer com você: alguém com antecedentes pouco recomendáveis sobre seus relacionamentos do passado pode ser um problema. Se deixou outra pessoa por você, tenha em conta que poderá te deixar por outra. Felicidade não se constrói no sofrimento do outro.  Tá certo…  Mas uma perguntinha singela:

Quantos de nós diante de nosso Curriculum Amoroso nos contrataria? Quanto do que “já foi” prá você ainda dói em alguém? Mesmo que na lembrança?”

 O legal do amor é que existem inúmeras formas de acertar e errar. Sendo assim, prá que ficar agarrado em modelos? Com tantos erros bacanas e acertos fantásticos soltos por aí!

 Se você é a exceção aos humanos que nunca feriu o coração alheio nem involuntariamente (pensa direitinho… ninguém ninguém???), então (tem certeza???) : Parabéns!

À todos os outros irremediavelmente obrigados a permitir o humano e suas novas chances , desejo doses diárias de auto estima e que você não queira saber aonde seu amor esteve e sim aonde você vai com ele. Revirar o passado do outro à procura de dor não é amar. É sofrer.

07. “Não sacrifique-se…” O verdadeiro amor não é feito de sacrifícios ou renúncias. Num relacionamento, as partes entendem que adaptações acontecem. Não é possível mudar, sem mudar! Certo?

Mas o amor enxerga o que é importante para o outro e isso deixa todo mundo feliz. Ceder ao ponto de se despersonalizar é alimentar patologia alheia. E isso não é amar. É sofrer.

 08 – O outro não é superior a você: ninguém é, lembra ela. É um bom conselho para mulheres. Lucía diz que começar a pensar bobagens do tipo “ele/ela é bom demais para mim” é entrar num caminho de dependência. “Uma relação tem que ser igualitária. Ou não ser”, diz ela. Um relacionamento não permite hierarquias. Não pretende andar na frente ou atrás do outro. E sim ao lado. Sem dor. Senão, não é amar. É sofrer.

09 – Não tenha segredos: se alguém não te aceita como você é, é porque não te aceita. Não esconda seu passado sexual, não diga que gosta de crianças se você detesta. “Ser capaz de conseguir confiança e apoio mútuos com outra pessoa é a promessa mais clara de felicidade numa relação.” Mais uma vez os esconderijos. Não acho que ninguém deva sair falando e falando… Claro que esses temas sempre vem á tona, mas o espaço agora pertence à nova relação e esse sentimento precisa de liberdade para imprimir a sua verdade.

Apesar de preferir o “quanto menos se sabe, menos há para esquecer”, acedito que mentir é sempre a pior decisão.

Amparados pela ação do tempo é comum um homem que revela que é casado ou uma mulher falar sobre seus filhos, ou vice e versa, quando a outra parte já está envolvida.

Isso não é amor. Ou é medo ou sacanagem. Enfim… Uma em mil dessas situações vai adiante, mas o praxe é que não se sustentam.

“Homem se pega pelo estômago” ou “Quando casar passa”, também são “u ó”  das lendas da paixão e quando se mostram, provocam muito desconforto ao amor. E viver uma relação frustrante não é amar. É sofrer.

 10 – Você merece ser feliz: se não é, busca, compara e encontre algo melhor: não acredite em bobagens do tipo “minha vida não tem sentido sem você”.
Uma relação nunca deve ser baseada em sofrimento ou dependência.
Quando existe amor, existe um mundo que só quem ama conhece e dessa forma fica seguro nele. Mas não importa o quanto a gente acha que pode controlar as coisas, sempre tem uma parte que não podemos.

Para muitos, aceitar isso significa estar pronto para ir em frente. Para outros, esse é o lado
vulnerável.

Acredito na felicidade como algo que emanamos e recebemos de volta. Buscar, comparar, encontrar… O que? Nada disso cabe no amor.

 Se o amor reúne todos os sentidos, então palpitações, tremores nas pernas, gagueira, vista
turva, tontura podem ser sintomas. Assim, às vezes você fala “cute-cute” sim,
você quase morre de saudade sim e a vida pode parecer sem sentido sim! E isso não é
sofrimento nem dependência!

Não se preocupe tanto em entender. Se a vida já é uma louca experiência, amar então ultrapassa qualquer entendimento.

 Olho mais uma vez o amor-perfeito. Suas folhas “imperfeitas” e seu centro bem cuidado. Linda flor! Ainda assim não é a minha preferida. Prefiro as margaridas.

Fica a certeza de  que até o muito vira pouco quando se deseja um pouco mais…

Assim, sigo na minha distância saudável de mandamentos e promessas para uma  “relação mais ou menos feliz” e acreditando que  o amor simplesmente acontece.

Sem regras.

E quem é você se  incapaz de viver o amor ou mesmo a perda dele?

Muita preocupação  até afasta o dia seguinte. Eu sou a favor de mergulhar e acreditar. Com
malícia, sim, porque malícia não é maldade… Importante não é buscar a
perfeição, mas aprender a ver as imperfeições – suas e do outro, perfeitamente.

Assim, bom será onde se está. E o amor também será.

Parabéns! ^ ^

* Paulinho Rosenbaum pediu em 21 de abril, via facebook que “Comentassem um post de seu blog”, o Tropicasher.

Conheça também: http://amoremnos.wordpress.com o labdeideias1000 do coração! ^ ^

Uma opinião sobre “TROPICASHER E “OS DEZ MANDAMENTOS PARA NÃO SOFRER POR AMOR”. Lab de Ideias 1000 comenta.

  1. MEGuinha…

    ” O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. ” Fernando Pessoa

    Começo com essa frase desse mestre.
    Irretocável o que vc escreveu…bate fundo na alma e faz repensar atitudes e sentimentos… Faria tudo novamente ? Sem mudar vírgula !!! Porque se dar a chance de ser feliz é um direito de todos e como Estado que somos da nossa vida, essa decisão é um direito e dever !

    Sermos lembrados no texto, me faz confirmar que assim como no amor e na amizade estamos em um jogo de gamão…temos que arriscar exercer esse direito. Eu arrisquei…ganhei de presente do “GRANDÃO” meu parceiro de vida… E em todas as vezes que me arrisquei, tive retornos fantásticos…como por exemplo , sentar em mesas de desconhecidos em uma festa… me fez ganhar uma irmã de alma. Obrigada por isso !

    Beijosss

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